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Pedidos de recuperação judicial atingem recorde histórico no Brasil

De janeiro a setembro deste ano, 1,7 mil de empresas pediram recuperação judicial, alta de 73% diante ao mesmo período de 2023. Empresas do setor de agro contribuíram para esse aumento de pedidos.

O nível de endividamento das empresas brasileiras vem crescendo no País. Segundo dados da Serasa Experian, de janeiro a setembro deste ano, 1,7 mil empresas pediram recuperação judicial no País, alta de 73% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse número supera o da recessão de 2016, que nos nove primeiros meses daquele ano 1,5 mil empresas entraram em recuperação judicial.

Segundo o sócio-diretor da Nordex Consultoria Empresarial, Eduardo Bazani, “os juros altos são um dos principais fatores para o aumento de casos, somado com a inadimplência dos consumidores, a depreciação cambial e a dificuldade de acompanhar as transformações tecnológicas”, afirma.

A situação também é preocupante no setor agro. Levantamento feito pela Serasa Experian mostra que 207 produtores rurais entraram com pedidos de recuperação judicial no primeiro semestre deste ano, superando todo o número de todo o ano passado, quando houve 162 pedidos. “As condições climáticas adversas, juros altos no crédito agrícola e o aumento nos custos de produção contribuíram para as dificuldades do setor”, destaca Bazani.

Embora a maioria dos casos de recuperação judicial esteja no setor de serviços, com 41% do total neste ano, é no setor primário, onde se insere o agronegócio, que mais cresce o número de empresas que recorrem à proteção judicial. De janeiro a setembro deste ano, foram 287 pedidos, mais que o triplo dos nove meses de 2023, que teve 77 casos.

A AgroGalaxy, de Goiana (GO), uma das principais redes de varejo de insumos agrícolas do Brasil, é um exemplo. A empresa fez o pedido de recuperação judicial em outubro, com dívidas de R$ 3,7 bilhões. Esse valor inclui obrigações com instituições financeiras, produtores rurais e fornecedores.

Outras empresas que entraram em recuperação neste ano judicial e somam dívidas altíssimas: o Grupo Patense, de Patos de Minas (MG), com R$ 2,15 bilhões; Sperafico Agroindustrial, de Toledo (PR), com 1,07 bilhão; Usina Maringá e Indústria Comércio, de Santa Rita do Passa Quatro (SP), com R$ 1,02 bilhão; Elisa Agro Sustentável, de Aruanâ (GO), com R$ 679,6 milhões; e Grupo AFG, de Cuiabá (MT), com R$ 648,5 milhões.

O sócio-diretor da Nordex Consultoria Empresarial ressalta que, ao mesmo tempo que os preços commodities caíram, os custos de produção seguem elevados. “A queda nos preços de fertilizantes, por exemplo, foi inferior às das commodities de grãos. Sem contar, que as condições climáticas também não ajudaram. Tudo isso acabou prejudicando o setor”.

Os dados deste ano mostram, ainda, que sete a cada dez pedidos de recuperação judicial no País são feitos por micro e pequenas empresas. “Para reverter essa situação, a reestruturação empresarial é um processo fundamental tanto para as empresas que estão enfrentando dificuldades financeiras quanto para aquelas que precisam sair de uma situação de recuperação judicial. Esse processo oferece diversas formas de suporte e transformação que ajudam a restaurar a saúde financeira e operacional da empresa”, conclui Bazani.

Sobre a Nordex

A Nordex Consultoria Empresarial é formada por profissionais com mais de 20 anos de atuação no mercado, especialistas em soluções para momentos de crise e reestruturação de empresas.

Uma consultoria focada em organizar as empresas, visando o crescimento sustentável, através de uma metodologia inovadora.

A consultoria presta os seguintes serviços: Turnaround (Reestruturação de Empresas), Recuperação Judicial (RJ), Valuation, M&A (Assessoria em Fusões e Aquisições), Desenvolvimento Estratégico de Pessoas e Controladoria.

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