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Cuidado! Seu estoque pode acabar com a sua empresa

Estoque: nos dias atuais um estoque volumoso não é sinônimo de capital investido e sim de dinheiro parado

Recordo que, em uma viagem de férias, parei em um pequeno comércio de cidade do interior da Bahia para tomar um refrigerante e descansar após dirigir quilômetros sob um sol de verão. Nunca esquecerei a simplicidade do dono do estabelecimento, que foi me mostrar orgulhoso seu estoque, e enfatizou seus investimentos para garantir a “vida” de sua pequena empresa.

Ao entrar, tive uma surpresa: a quantidade de mercadoria era muito maior do que o fluxo de venda aparente do pequeno comércio. Logo, perguntei sobre isso e também sobre a quantidade de produtos descartados devido à baixa saída comercial. O semblante daquele humilde homem mudou e sua expressão demonstrou preocupação com os descartes de mercadorias e com os relatos de eventuais prejuízos.

A partir dessa história, retomo a afirmação de que a logística pode ser uma “santa ajuda” e uma estratégia para a integração dos processos de toda a cadeia produtiva. Se bem planejada, a logística ajuda no aumento da lucratividade dos negócios, principalmente as pequenas empresas. Não podemos esquecer que o mundo dos negócios é incerto, sendo necessário um olhar contínuo com foco para o estoque.

O descuido do estoque pode trazer consequências negativas para qualquer empresa. Os processos produtivos são integrados, sendo a área comercial e de marketing responsáveis por aumentar as vendas; a área de logística pela redução de custos para aumentar os lucros; e, para que isso ocorra, é necessária uma administração que atenda tanto a produção (materiais) quanto a entrega de produtos acabados ao cliente final.

Administrar bem o estoque é garantir que as informações sejam exatas sobre todos os itens e seus valores (monetários) para prevenir possíveis incertezas de demandas. Para tanto, uma ação faz-se necessária: a organização tem que ser precisa e com fluxos que facilitam

tanto a entrada e a armazenagem de novos materiais como a saída de produtos acabados para atender os clientes.

Agora, a partir desse olhar interno, quando descubro que tenho estoque demais, o que devo fazer?

Retomo a conversa com seu Roberto (o pequeno empreendedor da Bahia), que ouviu com atenção as minhas sugestões:

1) Faça uma categorização dos produtos, caracterize-os em níveis de entradas e/ou saídas e seus respectivos volumes;

2) Crie uma estimativa financeira de valores monetários para cada item a fim de descobrir qual é o valor do estoque atual;

3) Evite a perda de vendas, garanta uma assertividade no nível de serviços, busque aumentar o tíquete médio de vendas, a partir de pequenas ações de marketing e promoção;

4) Crie ferramentas de controle de estoque (entrada e saída) a partir de uma base de dados (pode ser um planilha em Excel) para efetivar o processo de compra e reposição de novos materiais.

Com essas simples dicas o Seu Roberto entendeu que nos dias atuais um estoque volumoso não é sinônimo de capital investido e sim de dinheiro parado, visto que as necessidades dos clientes mudam e a diversidade de produtos é ofertada de maneira cíclica. É necessário criar uma parceria com seus fornecedores para prever possíveis demandas de compras. Administrar estoque é entender a necessidade de equilíbrio entre fornecedor e cliente, sendo o empreendedor um mediador desse processo.

Inicie imediatamente um inventário do seu estoque a partir da máxima de “nem mais, nem menos, apenas o ideal”.

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