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8 erros comuns que dão dor de cabeça para o empreendedor
O Brasil ocupa uma das últimas posições na categoria "abrir uma nova empresa" do relatório "Doing Business 2017" ("fazendo negócios"), do Banco Mundial.
"Os maiores erros acontecem nas áreas tributária, societária, trabalhista, de governança empresarial e propriedade intelectual", afirma o advogado Fabio Kujawski.
Se pessoas físicas podem recorrer à Defensoria Pública, não há serviço jurídico gratuito para empresas. A OAB veta a prática e também preços abaixo dos de mercado, regulados por tabela renovada anualmente.
Uma ação trabalhista, por exemplo, não sai por menos de R$ 3.097, ou 20% do valor da causa. Para uma minuta de contrato, será cobrado R$ 1.271 ou 2% de seu valor. Já para um tira-dúvidas verbal, em horário comercial, o preço fica em R$ 309,73.
Mas há alguns litígios que podem ser solucionados sem advogado, por meio do JEC (Juizado Especial Cível), antigo Tribunal de Pequenas Causas. É o caso de uma ação de cobrança. O limite legal é de até 20 salários mínimos, ou R$ 18.740.
Para empreendedores que têm pouca verba para assessoria jurídica, o Sebrae-SP oferece consultoria gratuita, mediante agendamento.
"Não podemos advogar pela empresa, mas tiramos dúvidas recorrentes sobre direito trabalhista, por exemplo", afirma o consultor Marcos Kremer. O agendamento pode ser feito por telefone (0800-570-0800).
A Folha conversou com advogados para ajudar o empreendedor a estruturar e manter seu negócio evitando problemas com a lei. Veja abaixo o que eles sugerem.
1
O PROBLEMA
A empresa foi aberta com um plano de negócios estruturado, mas sem estudos prévios sobre incidência de impostos regionais nos Estados em que os produtos ou serviços serão oferecidos.
COMO EVITAR
É preciso determinar o regime de recolhimento de impostos, como o Simples Nacional, e estudar a alíquota de tributos regionais (ICMS e ISS) antes de começar a atuar no mercado. Não adianta investigar possibilidades apenas na hora em que a conta aparece.
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2
O PROBLEMA
O empreendedor se empolga com uma nova ideia de negócio e a compartilha com potenciais investidores. Mais adiante, descobre que sua proposta foi usada por um deles, que viabilizou a empresa.
COMO EVITAR
Parece excesso de zelo, mas não é: elabore um contrato de confidencialidade antes de abrir sua ideia para outro empresário. Mencione de quais formas a informação pode ser usada e, em caso de violação do combinado, é possível até pleitear uma indenização na Justiça.
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3
O PROBLEMA
É comum haver impasses entre os sócios da empresa, mas o drama é ainda maior quando são apenas duas pessoas no comando: qualquer decisão de um dos parceiros precisará ser unânime.
COMO EVITAR
O contrato societário da empresa pode prever cláusulas de mediação. Um exemplo é estipular uma terceira parte, não vinculada a nenhum dos dois proprietários, para ajudar a solucionar os conflitos de forma isenta, por meio de negociação.
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4
O PROBLEMA
O empresário contrata um designer para criar a marca, mas não a registra no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Intelectual). Depois, descobre que o nome já está registrado e é processado.
COMO EVITAR
Vale contratar um advogado para consultar o INPI. Também vale fazer o registro: custa de R$ 140 a R$ 530.
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5
O PROBLEMA
Na hora de prestar serviços em cidades vizinhas, o empreendedor pode ser obrigado a pagar o ISS (Imposto sobre Serviços) municipal duas vezes: na cidade onde a empresa está sediada e na do cliente.
COMO EVITAR
Quase sempre o imposto deve ser pago no município-sede da empresa. Ao redigir o contrato de prestação e emitir a nota fiscal, especifique bem a natureza do serviço e onde será pago o imposto, usando a mesma categorização que consta na legislação fiscal.
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6
O PROBLEMA
Uma empresa que presta serviços de bufê não especifica no contrato detalhes como horário de início, bebidas servidas e número de garçons. O cliente discorda do que foi oferecido e entra na Justiça para reaver o dinheiro.
COMO EVITAR
O contrato deve especificar, passo a passo, todos os aspectos do serviço, incluindo materiais fornecidos e pessoal destacado. Do contrário, é a palavra da empresa contra a do cliente.
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7
O PROBLEMA
O funcionário começa a alegar problemas de saúde constantes, usando atestados médicos, em geral às sextas, segundas ou em "pontes" de feriados.
COMO EVITAR
A empresa deve monitorar os atestados e identificar se os diagnósticos têm natureza semelhante. A tabela CID-10, disponível online, lista doenças e códigos usados nos documentos.
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8
O PROBLEMA
O dono de uma micro ou pequena empresa confia nos seus funcionários e acha que não precisa fazer controle de ponto, além de dar adiantamentos salariais sem recibos.
Depois descobre que foi alvo de uma ação trabalhista e fica refém de provas testemunhais em seu favor.
COMO EVITAR
A pequena deve ter os mesmos cuidados que uma grande empresa: criar sistemas de gestão, evitar pagamentos fora dos dias combinados e negociar por escrito as férias.
Fontes: Advogados Caroline Marchi e Elton Minasse (Machado Meyer Advogados), Fabio Kujawski (Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr e Quiroga Advogados), Marcos de Miranda Martinelli (Rocha e Barcellos Advogados), Mihoko Kimura (Tozzini Freire Advogados) e Thiago Medaglia (Felsberg Advogados)
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