Notícias

Disputas societárias comprometem futuro das empresas

E vale registrar de que estes episódios não aparecem apenas nas editorias de economia.

O noticiário brasileiro dos últimos anos tem tornado, cada vez mais público, um significativo aumento dos conflitos e disputas entre sócios, acionistas e investidores.


E vale registrar de que estes episódios não aparecem apenas nas editorias de economia. Em muitos casos, e de forma bastante constrangedora, eles também tem ocupado espaço nas colunas legal, tributária, social e, até mesmo a policial.


Embora este fenômeno – conflitos societários - não seja novo, o que se observa no momento atual é um expressivo e preocupante aumento, numa verdadeira proporção geométrica, de eventos que, até agora eram considerados privados, se tornarem públicos.


Um olhar mais atento – sem necessariamente grande profundidade, até por falta de dados estatísticos que tanto carecemos – pode indicar algumas das causas deste fenômeno.


A saber:
- Aumento do número de “star-ups” no Brasil, ao longo da última década;
(segundo pesquisa do Instituto Locomotiva e do Pnad-IBGE, 7,5 milhões de brasileiros tiveram ascensão social, nos últimos dez anos, pela via do empreendedorismo).
- O Brasil, especialmente depois da crise de 2008, passou a provocar maior interesse no contexto da economia mundial;
- Investidores de capital, tanto nacionais como estrangeiros, começaram a olhar estes novos empreendimentos como carentes de recursos financeiros para seu crescimento;
- E, conseqüentemente, houve um aumento no número de associações, incorporações e sociedades entre capital/trabalho.


A partir de um destes fatores, ou até mesmo o seu conjunto, emergiu um processo de euforia e otimismo na busca e atração entre os investidores, desejosos de alternativas mais rentáveis do que apenas o mercado de capitais, e os empreendedores bem sucedidos.


Os primeiros contatos, entre ambas as partes, se assemelhavam a uma verdadeira “lua de mel”, onde esta sociedade – entre um criador de um negócio, com o típico perfil de “dono” – e o detentor de um capital, em busca de rendimentos à curto prazo, parecia perfeita e complementar.


Poucos foram aqueles que investiram algum tempo para discutir e avaliar o prós e riscos de uma sociedade com estas características. A grande maioria efetuava análises apenas de caráter financeiro, de mercado e perspectivas de crescimento.


Com minha longa experiência de consultor, posso afirmar que, entre os modelos societários com maior risco, está justamente a aliança entre “trabalho” e “capital”.
Vale considerar que, de ambas as partes, são histórias, origens e expectativas muito distintas.


Nossos estudos e pesquisas sobre empresas unifamiliares e multifamiliares, no Brasil, indicam que 70% delas fracassam por conflitos e divergências familiares, ou societárias, não tratadas de forma preventiva.


Portanto, a provocação que podemos fazer como término deste artigo, é que todo aquele que for constituir uma sociedade, invista uma boa dose de tempo em conhecimento mútuo, das suas origens, aspirações e expectativas futuras.

E procure formalizar, além dos documentos legais e tributários, um Protocolo com o conjunto de princípios, valores, direitos e obrigações, de ambas as partes.

E não esqueçam, acima de tudo, de estabelecer uma forma de como se separar...sem brigar.

As disputas destroem patrimônios e relações.

voltar

Links Úteis

Indicadores de inflação

08/2024 09/2024 10/2024
IGP-DI 0,12% 1,03% 1,54%
IGP-M 0,29% 0,62% 1,52%
INCC-DI 0,70% 0,58% 0,68%
INPC (IBGE) -0,14% 0,48% 0,61%
IPC (FIPE) 0,18% 0,18% 0,80%
IPC (FGV) -0,16% 0,63% 0,30%
IPCA (IBGE) -0,02% 0,44% 0,56%
IPCA-E (IBGE) 0,19% 0,13% 0,54%
IVAR (FGV) 1,93% 0,33% -0,89%

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 5.8164 5.8175
Euro/Real Brasileiro 6.1388 6.1468
Atualizado em: 27/11/2024 11:19