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Fusões no Brasil disparam 76% e batem recorde em 2010

Em 2010, foram 693 transações anunciadas, um crescimento anual de 37,5%.

Fonte: O Documento

REUTERS

A atividade em fusões corporativas disparou em 2010 no Brasil, que ao lado da China, levou o mundo emergente a responder por um terço do movimento global do setor no período, um recorde.

Segundo um levantamento da Thomson Reuters, as operações anunciadas envolvendo empresas do país movimentaram US$ 120,6 bilhões no ano passado, um salto de 76,1%.

O setor de energia liderou, com destaque para a compra de 40% dos ativos da Repsol no Brasil pela chinesa Sinopec, e a criação de uma joint venture reunindo parte dos ativos da anglo-holandesa Shell e da Cosan. Matérias-primas e telefonia ficaram em segundo e terceiro, respectivamente.

Para especialistas, por ser forte nas áreas de energia (petróleo e etanol) e em metais, alguns dos segmentos mais ativos em fusões no mundo, e ter a perspectiva de elevado crescimento econômico nos próximos anos, o Brasil seguirá como um dos países mais ativos nesse mercado em 2011.

"Essa combinação está atraindo a atenção de toda espécie de investidor", diz Marco Gonçalves, chefe da área de fusões e aquisições do BTG Pactual, o líder do setor no Brasil.

Segundo os banqueiros, mais do que o recordes de 2010, o que mais chama a atenção nos números é a mudança de perfil desse mercado no país, com participação de mais setores, com valor médio por operação menor. Em 2010, foram 693 transações anunciadas, um crescimento anual de 37,5%.

A avaliação é de que isso revela o amadurecimento do setor de fusões no Brasil, porque aponta a consolidação em vários setores da economia, como os ligados a serviços e a consumo.

"Mais de 100 empresas que abriram capital no Brasil nos últimos anos estão bem posicionadas para crescer", disse Luiz Octavio Lopes, chefe da área de fusões e aquisições do Credit Suisse.

Outra face dessa maturação, dizem, é a diversificação das fontes de recursos para financiar as transações. Foi o caso de Hypermarcas, Dasa e Cetip, que fizeram operações bilionárias usando troca de ações.

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